Tenho sido chamada a focar a beleza, olhar para a beleza e propagá-la. Esse olhar não é recente; vem de longa data; vem de um percurso que me arremessou à busca da beleza desde criança, desde a adolescência. Começou e permaneceu por anos como um sussurro, a seguir como uma orientação de meu caminho pessoal e agora grita para se revelar, transluzir.
Gosto muito de uma frase de Lucia Helena Galvão que assinala que a “Beleza é a Vida que conseguiu se impor sobre a forma“. Essa influente filósofa, escritora e educadora tem um vídeo – entre muitos outros bastante interessantes – que trata dos conceitos de beleza. Nesse vídeo ela parte da ideia de que a Beleza está nos olhos de quem busca ver (e não nos olhos de quem vê). “A Beleza está embutida em cada coisa; cada coisa, ao existir, guarda um pouco do seu Ser e no Ser de cada coisa existe a sua parcela de Beleza“.
Quando se entende “a Beleza como a Vida em plena expressão na matéria“, beleza e vida vêm acentuadas com um b e um v maiúsculos.
É assim que entendo e busco a beleza – beleza das formas, beleza da matéria, beleza do gesto e do movimento, beleza da fala e da escrita. O corpo pode ser pura poesia, o movimento pode ser pura poesia; a fala, a escrita, a expressão gráfica e plástica podem ser poéticas, belas. Cabe a nós, em nosso processo de desenvolvimento pessoal e expansão da consciência – em nossa jornada de busca, se este for o caminho escolhido -, despertar e revelar a Beleza.
E assim, seguir pela vida semeando poesia, semeando beleza.
Inauguro aqui uma série de postagens que, no meu sentir, evocam a Poesia, evocam a Beleza. Convido-o, convido-a a saborear esses posts.
O Nascimento de Vênus, de Botticelli, Arte via Pinterest